Nesta torrente de confusos pensamentos,
Neste turbilhão de envolventes sentimentos,
Por mais que temos nunca estamos plenamente satisfeitos...
Sempre encontramos mínimos defeitos,
Bloqueios e pedras no caminho da inatingível felicidade,
Rebuscamentos e futilidade em meio à simplicidade.
Por que o mundo é assim?
Será que nossa busca um dia terá fim?
Se tiver, onde poderemos realmente chegar?
Onde será que os sonhos pretendem deveras aterrissar?
Haverá de fato um ideal para se atingir?
Regras a serem obedecidas ou algo que nos faça sucumbir?
Será necessário fazer de nossas preces eterna devoção?
Ou bastará o que restou da fé em nossos desesperançosos corações?
Talvez precisemos de um pouco de perseverança,
Algo que sustente com firmes alicerces nossa frágil esperança.
Vencedores são aqueles que não se deixam abater ao menor sinal de problema,
Encarando bravamente os mais abomináveis dilemas
Sem nunca reclamar ou esmorecer:
Usam a dor para fortalecer,
Fazem da queda um recomeço
Mas sem deixar de pagar seu preço.
Mas qual é o preço da tão sonhada liberdade?
Do abraço caloroso que ameniza a saudade
E das armas que utilizamos ao irmos à busca da tal felicidade?
(Dez/ 2002)
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